*** Melancolia?

Só faltava ele chegar, eu tinha um nome mas não sabia quem era. De repente ele entrou na sala, e eu disse: "Então é você!". Ele apertou minha mãe e sentou-se. Simples e rápido assim. Engraçado como a gente lembra detalhes de um encontro. Eu lembro a cor da camisa, como ele me olhou, tudo. E naquele instante, eu senti uma coisa que nunca mais senti. Anos passaram, novas pessoas vieram e eu nunca mais senti aquilo. Mas o que era "aquilo"? A certeza de ter encontrado alguém. Não foi amor a primeira vista, nem tesão. Foi o olho no olho e nós dois sabemos disso.
O engraçado desta história é que todos ao redor percebiam o "potencial" que tinhamos juntos e nós também, mas preferíamos não levar a sério. E mesmo nos dando super bem, e mesmo conversando sobre tudo ou sobre nada, e mesmo sendo vizinhos, continuavamos amigos. GRANDES AMIGOS.
Passaram-se um, dois, três anos até tomarmos coragem. E não é que foi bom? Mas e depois? Ninguém nunca lembra do depois. Cada um seguiu seu caminho. E ainda assim algo nos puxava. Nessas horas eu acredito em destino. O que explica eu ter pego aquele ônibus aquele dia? Ou o que explica eu mudar a volta da praia? Ou o que explica o trem quebrar? Todas estas ocasiões fizeram com que nos encontrássemos novamente. Era como se nesses momentos fugíssemos das merdas que fazíamos rotineiramente. Mas até isso teve fim.
Hoje acordei pensando nessa história, mas não é saudades, só relembrando os momentos e as vezes, lá no fundo, querendo que apareça alguém assim novamente. Alguém que me diga o que ele disse, alguém que saiba que eu sou importante...
Esse ano tem eleição!


0 comentários: